sábado, 31 de dezembro de 2011

"BALANÇO ANUAL"

Vem chegando o último dia, 
e eu ainda cometo os mesmos equívocos.
No último dia as esperanças se renovam, 

vem uma vontade de ver tudo em seu lugar, 
a livre expressão de todas as formas de amor e de amar.
Vem chegando o último dia, 

vejo estampado no povo a alegria, 
vejo coisas que deveriam sobreviver para além de um único dia, 
uma força modificadora cheia de paz e harmonia.
É o fim, 

vibrações positivas, 
desejos de uma nova vida, 
tudo isso embutido em uma contagem regressiva. 
Agora a chegada de mais um ano,
que ir-se-á travar uma nova batalha, 
contra antigos e novos enganos.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

"CARAPUÇA"

Busco nas minhas raízes algo que me explique,
nessa cultura convencionada procuro à base para minha estrada.
Crítico aos descasos,
cansado de viver como um palhaço,
desabafo: -"parem de fazer de mim capacho".

"MÁSCARAS DA COMODIDADE"

Uso máscaras convencionadas,
disfarçando assim minhas taras.
Obedeço algumas regras arbitrárias,
fugindo da minha consciência revolucionária.
Perco a paz,
refletindo sobre as coisas que não mudam jamais.
Mantenho-me quieto a espera do fim,
que cada vez está mais perto de mim.

"A HISTÓRIA DA MINHA VIDA"

Vem o vento e faz voar meu pensamento,
tem no passar do tempo uma sensação de lamento.
Possibilidades materializadas de uma vida sem sentido
e desregrada.
Culpas a remoer causadas só pela dor de ser,
histórias contadas,
mentiras inventadas,
todas elas numa mesma estrada.

"DITANDO REGRAS"

Tudo é imposto, e ainda me espanto.
Muitas palavras de ordem, pra calar o meu desânimo.
Tolos, todos em volta de uma salvação do ser humano
e eu na contra-mão, sussurrando.
Sou livre de querer parecer,
estou longe de poder ter,
mas, consciente de quem posso ser.
Quero convencionar toda a ética aristotélica, 
vou travar minha guerra alertando com gritos o que deveras.

"O PRÉ SALVADOR"

Com a possibilidade de se tornar o sétimo produtor mundial de petróleo,
o Brasil tem uma situação favorável para se desenvolver em todos os aspectos.
Através de uma política voltada para o social,
teremos condições de diminuir as diferenças desumanas entre nós brasileiros.
Vamos ter de esperar algum tempo, talvez dez ou quinze anos.
Mas, já agora, proponho, eduquemo-nos para tal acontecimento.
Usemos as armas, métodos, daqueles cujo principal interesse deveria ser o nosso. 

Mutuamente vamos nos manipular, persuadir, 
informar em alto e bom som que estamos cansados 
de ver as riquezas do país parar em bolsos de fulanos, 
os quais contamos para melhorar nosso meio.
Atenção, as descobertas da reserva de petróleo e gás na camada do pré-sal

podem ser vistas como "a salvação", 
uma maneira de ganho extra dos beltranos a quem me refiro. 
Eles desenvolveram projetos, permitindo-os a possibilidade de lucrar com isso, 
ganhando antes mesmo da extração, olhemos atentos para nossos representantes.

"EU SOU DE MARTE"

‎Quanto da minha vida é realidade? 
Não sei onde está a verdade.
Qual deve ser a dosagem? 

Não posso deixar cessar essa viagem.
Quem vai me servir de ídolo? 

Hoje, todos só olham para o próprio umbigo.
O que houve para esse desabafo? 

Eu tô sentindo que cada vez mais eu menos me encaixo.

"TÁ NA HORA"

É hora de agir, sacudir o pó, a sujeira e partir.
É hora de mudar,
balançar as estruturas da casa de taipa,
mexer com o convencionalismo antidemocrático,
e abusar das coisas práticas.
É hora de sonhar ,
desejar que o passar da vida não te reserve nenhuma desgraça,
amar tudo e a todos,
mesmo que tenhas uma vida ingrata.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"QUERER BEM"

O querer bem vai além de se ver a quem,
vem quando sentimos carinho por alguém.
Nasce da necessidade que temos de amar,
daí cresce sem parar,
é a vontade de proteger mesmo não estando lá.

‎"O COMPLEXO VIVER"

Na solidão da noite o silêncio da vida,
o medo da morte traz a fórmula da sobrevivência para mais um dia.
O controle por alienação é o objetivo de quem está no poder,
essa perpetuação da ignorância que faz o povo sofrer,
uma luta travada entre o querer e o ter,
numa consciência afetada pela complexidade de viver.

"PEDAÇOS"

Eu sou feito de pedaços.
Em alguns pedaços acho que me encaixo,
em outros pedaços desconheço o que faço.
Existem pedaços que respondem ao acaso,
em outros momentos,
em outros pedaços pareço ter a cabeça no espaço.
Um pedaço de mim acredita em um final feliz,
já, o outro pedaço só deseja a chegada do fim.

"SUA ORDEM, MEU PROGRESSO"

Quero desenvolver meu próprio desejo,
não quero essa fórmula que é imposta.
Não sou mais idiota, que por medo
irá aceitar seus valores de aparências e
hipocrisias.
Grito: -"liberdade para todos",
antes que calem minha rebeldia.

"A DOR DO CALO"

Na dor o desejo é um só.
No calo de um sapato apertado,
na garganta de um choro travado,
num sonho desmoronado.
Um recomeço inesperado.
Na vida, amores vivenciados e desprezados.
Na solidão, lembranças do meu passado.
Na fuga da dor do calo a vontade de ser notado,
num querer de um beijo molhado.

"REBANHO"

Produto de uma sociedade consumista.
Refém de uma política há tempos decidida.
Alienado por uma cultura machista,
superficial, fútil e egoísta.
Robotizado em uma economia capitalista.
Rebelde sem identidade definida,
sem foco, sem ideologia,
sem tomar as rédeas da minha própria vida.