terça-feira, 24 de julho de 2012

“ACABANDO COM A NOSTALGIA”

A saudade do Recife me invade,
saudades dos amigos deixados,
que faz falta ter-los ao lado,
os quais me ajudam a transpor os obstáculos
cedendo seus ombros pra eu usar como um divã
para os meus medos,
erros e planos futuros,
nos quais acabaram de ser inventados.
À volta ao Recife se torna uma breve passagem.
Hoje em dia,
na minha terra sou turista,
vou logo avisando,
a partir de amanhã e por cinco dias,
estarei lá matando essa agonia.

sábado, 14 de julho de 2012

“TEXTO PSICOGRAFADO”

As palavras surgem através de uma folha em branco,
eu ainda tonto por voltar do momento ausente.
Saio do transe,
e como resultado desse lapso
aparece em minha frente um texto psicografado.
Fico alterado,
por ver escritos sinais das minhas dúvidas traduzidos,
de hieróglifos há tempos esquecido
em meio aos questionamentos sem respostas.
Somos doutrinados a pensar e agir conforme induções
diretas ou subliminares,
entre pressupostos e subentendidos,
que discernem pela gente o que deve ser valorizado e aplaudido,
nessa evolução cultural de olhar para o próprio umbigo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

“GOSTO ANTIGO”

O mundo mudou,
os valores e temores já não são os mesmos de antes.
As mudanças de hábitos somadas ao modismo dos ritmos,
venera o Sertanejo,
o Restart e o Calipso,
consequência de uma nova cultura musical que está surgindo.
A evolução humana passa por transformações constantes.
Mas, eu sou uma pessoa de gostos antigos,
gosto de festas,
dos alucinantes e gosto de ouvir Rock'Roll com meus amigos. 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

“EM MIM”

Existe vários eu,
dentro de mim,
um que quer continuar e
tem um outro que quer desistir.
Um eu que não liga pra nada,
tem o outro que se incomoda
com parte da tradição passada.
Tem um que se faz de vítima,
e tem o outro eu que sabe
que é o culpado por todos
os problemas da minha vida.

“PRAZO DE VALIDADE”

Todas as coisas nessa vida tem um prazo de validade,
a vontade de fazer perdurar esbarra
na realidade da equação da eternidade.
Tudo tem um início,
um meio e um fim.
A felicidade escoa,
o amor acaba,
a magoa passa,
a vida se esvaía.
Isso tudo em um pequeno espaço de tempo,
igual a um passe de mágica,
como se não tivéssemos vivido nada.

domingo, 8 de julho de 2012

“PSICANÁLISE”

A minha vida é um acumulo de coisas,
guardo as palavras de ódio e
as risadas sarcásticas deferidas a mim,
mas, também guardo as palavras boas.
Eu junto a minha utopia marxista
aos meus pensamentos capitalistas,
misturo à busca do equilíbrio
com o descontrole dos meus vícios.
Critico muito o meu maior medo,
não é medinho do escuro,
eu sou uma pessoa coerente,
mesmo cometendo erros,
tenho pavor de ser feito de marionete
pelos indivíduos que são capazes de usar
outras pessoas em segredo.
Eu coleciono, entre outras coisas,
as frustrações pessoais vividas
e faço delas assunto de análise
no divã das pessoas queridas.



“PROBLEMA MEU”

Minha evolução ainda é lenta,
cometo os mesmos equívocos e
continuo pagando as mesmas sentenças.
Sou uma pessoa convencional,
meus preconceitos são baseados no modelo
de comportamento do que é permissível,
pela população manipulada para pensar igual.
Acredito que meu destino está nas mãos de Deus,
e o motivo é por ter medo
dos obstáculos do caminho,
nos quais eu venha ter de enfrentar,
dos quais eu vou ter que ultrapassar,
que eles sejam problemas exclusivamente meus.

sábado, 7 de julho de 2012

“CEREBRAL”

A perpetuação do comportamento machista
é a causa do cio ufanista,
que olha para a bunda das mulheres
como se fosse uma vitrine com um produto a vista.
Esse insaciável desejo
faz o homem deixar de pensar com a cabeça,
e começar a raciocinar com o outro membro.
Ao mesmo tempo,
a sociedade venda seus olhos para esse cenário,
por se tratar de uma tradição cultural
que vem sendo transmitida desde os antepassados.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

“SANGUE E REVOLUÇÃO”

Não tenho respostas para tudo,
na verdade minha filosofia de vida é questionar o mundo.
As minhas palavras não são verdades imutáveis,
são as provas do meu pessoal discernimento,
do meu poder de argumentação
desenvolvido a partir de uma conclusão,
inspirada nas notícias divulgadas e nas informações ocultadas.
Não nasci pra ser capacho dos políticos ingratos
que não respeitam os votos de confiança,
e quando cobramos o pagamento judicial pelas suas lambanças
somos subestimados na inteligência,
ouvimos a sentença que eles não são culpados
e que não lhe aplicarão nenhuma pena.
Não me sinto um animal para pensar igual,
como num rebanho que age de acordo com as direções dadas.
Tenho uma tendência de analisar em tudo qual é a jogada,
que querem empurrar pela minha goela totalmente tapada,
reajo lembrando do que acho que sei,
a rebeldia tá no sangue do revolucionário
e reclamar pode mudar esse cenário.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

“PLANETA PARALELO”

Existe uma terra em um mundo não muito distante
onde seus moradores sofrem invasões pessoais constantes.
O qual o Produto Interno Bruto é calculado
pelo número dos seus participantes alienados.
Faces forjadas de uma vida cheia de glamour e mais nada,
pessoas que fingem ser o que não são,
para parecer mais interessante e menos um mero cidadão.
Identidade maquiada para disfarçar uma vida banal
de expectativas frustradas,

fakes para encobrir as magoas.
Caráter não é uma coisa que se deve abrir mão,
mas, os facebooquianos não levam isso a sério
aqui no universo do Facebooquistão.

“PAPARAZZI DE SI MESMO”

A espetaculização dos atos banais é status comum nas mídias sociais,
as fotos postadas
com o desejo de mostrar os momentos das cenas de glamour,
transforma a venda de si mesmo em saturação,
transforma esses momentos em cenas de terror.
Essa vontade de fazer da sua vida um interesse do público,
imitando a mídia que retrata todos os passos dos artistas,
faz do clique no curtir o seu momento de fama,
que dura cinco minutos e depois vira uma vaga lembrança perdida,
e acaba fazendo desses suportes para a comunicação
uma via de fútil autopromoção mutualmente permitida.
Devemos nos persuadir da melhor forma
inspirando o desenvolvimento pessoal de cada um,
debatendo sobre as diferenças de interpretação de tudo,
contribuindo para uma conscientização sobre o que há de errado no mundo,
para transformar esse meio de comunicação
em um canal de conversação menos volúvel.

“EXALTAÇÃO”

Não entendo nada sobre sedução
tenho uma tendência de ser eu mesmo,
uso a verdade cheia de virtudes e defeitos
e isso afasta qualquer pretensão
da qual eu teoricamente guarde em segredo.
Não tenho belos atributos físicos para oferecer,
eu malho a minha mente pra melhor envelhecer,
e assim também o meu tesão se desperta,
com um bom papo antes e depois do sexo,
que seja capaz de soar como uma canção de seresta.
Não sei onde está a minha excitação,
não sei se ela está em mim,
ou, se está nas pessoas que desejo.

“GOSTO DE VOCÊ”

Eu gosto de gente,
de saber o que pensam e de saber como sentem,
eu não ligo para as diferenças,
e gosto de fazer amizades de verdade.
Se na vida tudo é uma troca,
o sentido é amar e ser amado em reciprocidade.
Eu amo as pessoas,
amo os amigos que passaram,
eu amo os que ainda fazem parte da minha vida,
e rezo para que o mal não os atinja,
meu  desejo para todos é só que recebam as boas brisas.
Os reencontros com os mesmos tem sabor de resguardo,
meus sentimentos por eles são os mesmos que há um ou dois,
ou aos dez anos passados,
e por isso posso dizer que é sincera a minha amizade.
Eu adoro aprender coisas novas,
todo mundo tem algo pra ensinar,
só não aprende quem pensa como uma porta,
e também, quem nem se esforça em tentar.
Adoro as pessoas que conheci,
pessoas as quais convivi mesmo que só por alguns instantes,
elas deixaram marcas em mim,
modificaram-me,
já não sou mais como eu era antes.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

“AMANHÔ

Eu quero entender sobre as coisas para não ser feito de trouxa
por nenhum escroto idiota que aparecer.
Eu quero descobrir a verdade escondida,
pois, a história que é relatada não é a contada pela vítima.
Eu quero destruir a ilusão de que ser feliz é ter dinheiro para gastar,
Porque a vida é feita de muitas outras coisas que se possa imaginar.

“PLÁGIO”

Meu pensamento não é meu,
as ideias que tenho alguém já teve antes.
É fácil fingir ser natural,
mentir  ter a originalidade dos antepassados,
nesse mundo de valores inconstantes.

“IMPULSIVIDADE CRÍTICA”

Sou parte de um jogo,
as influências me invadem por toda parte,
nos livros que leio, nas músicas que ouço,
nas notícias divulgadas para iludir e manipular o povo.
Sou feito de partes,
um pedaço de mim tenta se libertar de uma vida banal,
os outros pedaços aceitam tudo como natural,
nessa mistura de possibilidades desenvolvi meu caráter.
Sou mesmo assim,
eu falo contra o desejo de ser parte de um rebanho,
falo sem pensar,
e me repito como em um impulso constante,
hoje eu falo de coisas que me incomodam,
eu falo agora,
porque que não tinha consciência delas antes.

terça-feira, 3 de julho de 2012

“EM COLAPSO”

Tento me rebelar contra as influências ao meu redor,
antes que minha cabeça dê um nó,
mas não vai dar.
Essas persuasões são fortes, e fazem parte de um modelo global,
vejo a partir disso tudo um planeta pior no final.
Tento me revoltar contra as modas que surgem,
com os gostos duvidosos das novas celebridades construídas pelas mídias,
mas não consigo.
Eu acabo entrando na onda ou então só rindo.
Tento me conter,
qualquer coisa que eu disser pode voltar contra mim sem eu ter o que fazer.
Pra falar sobre esse sistema que cria desejos e frustrações
eu teria que falar também sobre a criação de novas profissões,
sobre a venda da felicidade,
sobre as possibilidades de se transformar tudo em produto,
sobre as qualificações para o mercado de trabalho,
sobre os valores que estão sendo perpetuados no mundo.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

“REVELAÇÃO”

Não adianta espremer,
não sai nada.
Nem a tortura que deixa a pele crua me fará contar.
Por nada nessa vida,
mesmo sob acusações mentirosas, revelarei o que sinto.
Nunca declararei o que me incomoda e como penso,
só posso dizer que sou um pouco de tudo,
e isso confunde muita gente. 

domingo, 1 de julho de 2012

“FOLIA DOS REIS”

A armação do poder foi decidida muito antes de eu nascer.
O jogo da imposição transforma os senhores  detentores do poder em reis,
e faz com que o resto, dos meros mortais, só tenham que obedecer suas leis.
As regras circulam as margens de uma ditadura,
forjando uma democracia com trocas mutuas,
foram as bases dessas decisões que modificaram todas as nossas estruturas.